quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Dicas de sites - Semana Cultural UNIFIEO



Para mais informações sobre a Semana Cultural da UNIFIEO acessem os sites: http://www.unifieo.br/, http://www.geofieo.blogspot.com/, que é um blog que foi criado por alunos e professores, onde são publicados diversos assuntos sobre a área geográfica. E para os mais interessados sobre cursos de Extensão da faculdade, http://www.mundogeofieo.blogspot.com/, neste estão postados as aulas do curso de francês instrumental, que foi aberto a pedidos dos professores de Geografia, que sabem da importância da língua francesa pela demanda de textos em francês que são publicados na área. Além de dicas de palestras, exposições, apresentações, entre outros, que são constantemente publicados. Visitem, e aproveitem!!!


Caroline

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Semana Cultural do UNIFIEO



Para os interessados, nessa semana, nos dias 22/23/24 de Outubro, se inicia mais uma semana cultural do UNIFIEO, onde acontecerão muitas palestras e exposições de trabalhos realizados por todos os cursos da faculdade. Para o pessoal da Geografia, nos três dias haverá palestras de ex-alunos, que vão poder contar um pouco do que aconteceu com eles depois que terminaram o curso, qual foi o rumo que seguiram; alunos, que vão expor suas pesquisas; e alguns professores. que vão mostrar a pesquisa que estão produzindo sobre o trabalho de campo que fizeram para a cidade de Praia em Cabo Verde, na África e qual a relação dessa pesquisa com a cidade de Osasco e região (SP) em relação aos processos de urbanidade. Durante os dias que se realizarão a semana cultural nós alunos do 5º semestre de Geografia da Instituição faremos uma pesquisa com o pessoal que estiver circulando pelo prédio da faculdade. Essa pesquisa terá como foco o que as pessoas sabem sobre a Instituição e principalmente, sobre o que pensam sobre o que é Geografia ou sobre o curso em si, para avaliarmos se o interesse e o conhecimento pela área está realmente tão degradado e saber se a divulgação dos cursos da Instituição estão valendo a pena. Quem sabe os resultados não dão um "acorda" para o "Seu Reitor" e faça com que ele perceba a importância do nosso curso dentro e fora da Instituição. A idéia dessa pesquisa foi de Matheus de Almeida Santos, que é um dos alunos de Geografia que realiza uma pesquisa pelo PIBIC (que mostra como se estruturam as formações de condomínios na cidade de Osasco).
Além do que citei sobre as palestras e a pesquisa, também haverá uma exposição de alguns professores e alunos sobre a importância do Trabalho de Campo para a vida acadêmica de um geógrafo, com fotos dos lugares onde visitamos e depoimentos do quanto significa para os professores e alunos sair para campo na preparação de um aluno de Geografia.
E, finalizo, com um dos pensamentos de Roberto Bartholo, no livro "Amazônia, Geopolítica na virada do III Milênio" de Bertha Becker, "a excelência acadêmica é um compromisso que nunca se deixa reduzir à simples resolução eficiente de problemas que não temos autonomia de estruturar. A missão da universidade é ser lugar de ousadia e risco. Ousar nomear os problemas que entendemos ser de enfrentamento prioritário é condição de soberania e autonomia ética. E isto implica ter por horizonte, para além da mera autonomia tecnológica, o empenho pela autonomia epistemológica."

Que assim se fortaleça a Geografia!!!

Caroline

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Análise dos textos de Fremont e A Construção da Noção de Descentração Territorial por alunos de 1º Grau, de Lívia de Oliveira

Texto: Fremont


As lições das ciências humanas

É colocado em questão o uso do uso do espaço e da região nas ciências humanas, tendo como referência conteúdos na psicologia e sociologia, com seus mais importantes autores (Freud, Piaget e Marx). É também, posto em questão o que a geografia tem contribuido para esses estudos e onde ela deve se apoiar para a compreensão do indivíduo referente ao espaço vivido.


1. Uma psicologia do espaço

A psicologia se destaca por conta dos estudos sobre o behaviorismo (comportamento dos seres humanos reduzido ao jogo de estímulos e respostas), influenciando geógrafos e sociólogos americanos e franceses, pois para eles, o físico, o fisiológico e o psicológico se misturam, são indissociaveis, tendo como conclusão um determinismo absoluto para a época e pouco contribuindo para a Geografia.
Para Fremont, o estudo de Piaget se refere à formação continua, etapa por etapa, tendo total fundamento, mas ele acredita que esse desenvolvimento prossegue da criança para o homem, e do homem para o velho.

A Criança

A psicologia vem para contribuir muito para a geografia, quando parte do estudo sobre a criança e o espaço, pois sem esse estudo seria praticamente impossível saber de onde parte o ensino do espaço, do território, da região...
Piaget e outros autores mostram em suas obras as fases da criança para a formação do espaço vivido. Nelas são perceptíveis que essa formação tem-se a partir de um "centro" que se expande, como por exemplo, da referência que a criança tem, primeiramente, da sua família, para a sua casa e que contuinua se expandindo, conforme a idade para o mundo. Essa situação é o que J. Guillouet chama de espaço euclidiano, onde ela divide essa formação de caça em quatro fases de desenvolvimento. Ela parte de um espaço egocêntrico para um espaço vivido, que é um espaço social. O prático e o afetivo, o funcional e o mágico, o materia e o mental, são componentes que se englobam na criança e provavelmente no adulto. O importante é saber determinar qual deles predomina, pois esses se misturam ao afetivo, ao mágico, ao imaginário. O espaço infantil é um espaço de conquistas.

O Adulto

Tem abertura para novas relações sociais, é a passagem da adolescência para a fase adulta através das experiências vividas a partir da ordem ecomômica e social. É o espaço ordenado onde existem obrigações. O problema nessa fase é a liberdade individual que se põe em termo de espaço. Ele, o espaço, não se limita apenas a um simples alargamento do espaço infantil, parte também de um espaço egocêntrico (ex: sua casa ou apartamento), para um espaço social (o trabalho, o casamento, e tudo mais que lhe cerca). É como se fosse uma antítese vivida através do espaço socializado entre os comportamentos individualizados. A fase adulta é a fase das estabilizações.

O Velho

Poucas referências bibliográficas existem sobre essa terceira idade de vida, os estudos que existem focam muito a questão do espaço vivido das pessoas idosas, mas é a partir dessa idade que foram formuladas três sérias observações. A base dessa fase se segue pelas rupturas existentes para o idoso, afetando o espaço vivido.
Quando o idoso ainda se permite a liberddade de deslocação, tem acesso ao espaço vivido, não tendo tantas sucessões de rupturas. Ele pode se aposentar, mas pode abrir seu horizonte para o mundo, viajando, conhecendo novos lugares e pessoas. Mas, mesmo que ele se permita ter possibilidades físicas, o que pode acontecer é ir perdendo a sua sociabilidade (diminuindo-a), também pode ter dificuldade de adaptação com as transformações existentes no mundo, o que concequentemente afeta o espaço vivido, fazendo com que ele não acompanhe essas transformações, através das alterações do espaço físico ou das alterações das relações físicas e morais com os mais jovens, deixando o espaço se dissocializar e permitindo-se à solidão. O acesso ao externo, torna-se cada vez mais difícil por conta da dificuldade de adaptação. O espaço da velhice é avesso do espaço da criança e até mesmo do adulto. Ao invés de ir de dentro para fora, ele vai de fora para dentro, se fechando no seu casulo, se retraindo, diminuindo o contato com o espaço e com o social, o espaço social torna-se o espaço das recordações, é o espaço vivido, a velhice é retraimento e recordação.
Um fato importante a destacar, é que todas as observações do texto partem de uma sociedade industrial européia, onde é claro, podem haver modificações, partindo de lugares e ambientes diferentes, mas estas contribuem e muito, como uma "primeira abordagem, psicológica de um espaço vivido que naturalmente evolui com a vida".


Texto: A construção da Noção Descentração Territorial por alunos do 1º Grau, Lívia de Oliveira.


A leitura analisada fala sobre a teoria de desenvolvimento mental de Piaget e sua abrangência e complexidade para a área da educação, demonstra através de evidências como é a avaliação e compreensão do desenvolvimento mental da criança em relação as estruturas cognitivas do pensamento.

Através de sua pesquisa foi possível mostrar o processo de desenvolvimento mental da criança. Dividido em níveis de equilibração, que agem do interior para o exterior. Para asssim chegar em um resultado lógico, cada estágio serve como base para alcançar a próxima estrutura cognitiva, existindo ainda os estágios intermediários, que tem relação com a conduta conflitiva na criança. Ela avança de um estágio para o outro após resolver os conflitos, por exemplo: conflito>> diferentes condutas>> problema resolvido; sendo assim interpretados por três estágios: 1º estágio - A criança tem dificuldade para compreender as relações, principalmente quando ela precisa julgar. Essa dificuldade se dá por conta de seu pensemento egocentrista, que é normal nessa fase, ela pensa a partir do seu ponto de vista; 2ºestágio - Se a criança demonstra progresso na hora de manipular esses julgamentos de relação, o que ocorre como resultado é a diminuição de sua ação egocentrica, aumentando sua compreensão de mundo; 3º estágio - A criança já possui total compreensão da relatividade das noções, não tendo mais como dificuldade uma berreira egocentrica, pois ela sai dessa fase, é um estágio de progresso por parte da criança;

A relação que a criança tem sobre a construção da noção de país, estado, município, cidade, é importantíssima, pois as dificuldades que ela encontra para relacionar o todo com a parte, é enorme. Ao estudar a descentração territorial, Piaget observou, que a palavra país tem uma conotação diferente para a criança, porque mesmo que ela aprenda a palavra, existe uma conotação diferente, pois mesmo que ela aprenda a palavra país, não significa que ela saiba o significado, pois o verbal é uma adaptação da realidade em si. Ela precisa conhecer o que aprende para não ficar somente no mundo da imaginação. A criança se desenvolve mentalmente, através de uma série de três estágios antes de construir completamente a noção geográfica de país, esses são chamados estágios geográficos, que se distribuem assim: 1º estágio: 4 a 5 anos, mesma ordem de magnitude para país, cidade e municípios; 2º estágio: 6 a 7 anos, já compreendem que a cidade e o estado fazem parte do país, mas não estão dentro deles (representado nos desenhos); 3º estágio: 10 a 11 anos, constrói corretamente o todo com a parte, compreendendo essa justa-posição, além de saber o significado da palavra país;

Primeiro ela se interessa pelo nome, país, pois é interessante nominalmente, não espacialmente, por isso não consegue localizar as unidades em um plano espacial. Para que passe desse processo, primeiro precisa não só compreender a realidade de sua casa e família, como também precisa expandir esse pensamento, por exemplo: Família (casa)>> bairro>> cidade>> município>> estado >> país >> mundo.

" Quando e como a criança constrói a noção de descentração territorial tem sido a preocupação de educadores, psicólogos e geógrafos, que tem realizado investigações sobre o assunto".

É a partir da questão de quando a criança constrói a noção de descentração territorial que Piaget e Weil dão início a pesquisa sobre o desenvolvimento da idéia de pátria e das relações com os outros países, com crianças suíças de idade variando dos 4 aos 15 anos. Tendo como resultado, que a criança no início do seu desenvolvimento não tem nenhuma conotação afetiva referente a idéia de pátria. Para que consiga atingir essa idéia, primeiro precisa atingir o estágio de descentração territorial, onde ela se permite expandir interesse da sua casa para a cidade, município, região, país , mundo. Existem fases que permitem com a criança atinja tal compreensão: 1ª) mesmo recebendo informações sobre a sua cidade e seu país, não é capaz de entendê-las como relacionais; 2ª) Onde começa a compreender certas informações; 3ª) E última, é capaz de estabalacer relações lógicas dos territórios.

Em 1963, Jahoda retomou o estudo de Piaget e Weil com crianças escocesas, onde constatou que inicialmente as crianças tem apreensão da vizinhansa e aos poucos, gradualmente, estende a área de acordo com o desenvolvimento mental, partindo de quatro estágios geográficos: 1º estágio - A noção ainda é nebulosa de país, onde país e cidade são as mesmas coisas; 2º estágio - Os territórios são claramente diferenciados, a cidade é entendida como o lugar em que vivem; 3º estágio - O vocabulário é mais extenso do que seu entendimento lógico; 4º estágio - Compreensão semelhante a de um adulto, em que a unidade territorial é bem definida.

Já em 1971, foi realizado um estudo com crianças norte-americanas, feito por Stoltman com base em Piaget e Jahoda. Constatou que em geral as crianças mostravam maior dificuldade para conceituar município como uma forma de território, depois a cidade e o país.

Entre esses estudos realizados, foi observado que as crianças nas quais Piaget fez a pesquisa tiveram um desempenho melho que o das escocesas e norte-americanas, percebendo como influência o desempenho educacional de cada país.

Em 1974, no Brasil, foi realizada a pesquisa que origina o texto de Lívia de Oliveira, com intuito de estudar descentração territorial com alunos do 1º grau onde pudesse contribuir para o processo de ensino/aprendizagem de geografia, e auxiliar, a partir dos resultados, os professores em sala de aula. Tendo como Coordenador o próprio Stoltman, da Universidade de Kalamazoo (EUA), realizado na cidade de Rio Claro, interior de São Paulo, na década de 80.

Os resultados observados foram de que as crianças de diferentes idades, aparecem divididas assim: as de 6 anos estavam no 1º estágio, enquanto todas as de 14 anos estavam no 3º estágio, mostrando com clareza que o 2º estágio é o mais importante, pois além de ser um estágio de transição é o de mais dificuldade de comppreensão, pela sua variedade de idade dependendo do tipo de formação e experiências vividas que os farão compreeender as sequências dessa descentração. É o estágio intermediário, onde atividades conflitantes, são manifestadas, portanto, os maiores esforços pedagógicos e didáticos devem ser dirigidos às crianças nessa fase, tendo como objetivo esforços no preparo dessas atividades, que devem ser operatórias e que focalizem a noção de país, também desenvolvendo outros tipos de tarefas, como pesagem, deixando a criança a par de quanto pesa e quanto tem de altura, para que possa compreender como se desenvolve. Lembrando sempre que o desenvolveimento mental está totalmente ligado com o afetivo e o social.

Como adaptação da pesquissa de Stoltman, foi construido um teste, o TDT, este Teste de Descentração Territorial, serve para o professor ter como base a percepção de espaço que a criança está, e poder desenvolver atividades que as auxiliem nos estágios I e II, que são os estágios cruciais para a compreensão de território e a relação entre o todo e as partes, auxiliando na construção lógica entre país, estado, cidade.

É impotante falar que a noção de país é construida pela criança através de contato dentro e fora da escola, além de poder ser usado interdisciplinarmente, abrangendo outras áreas, deixando o assunto mais cotidiano, mantendo uma rotina, permitindo que a criança tenha um contato maior, mostrando que estudos e pesquisas sobre descentração territorial são relavantes e inportantíssimos para a geografia, pois se o professor não tem compreensão sobre essas fases da criança, de nada seviram seus esforços com atividades com assuntos que elas jamais vão entender, por serem assuntos abstratos e sem referências a outras áreas, contribuindo para um profundo desinteresse por parte delas e gerando assim um déficit de interesse e compreensão nos conteúdos e consequentemente na área em si, explicando por uma parte um dos motivos da geografia viver marginalizada pela população.

Pelo fato de a pesquisa ter sido realizada por profissionais da Universidade de Rio Claro, mostra-se um tanto teorética, contendo muitos dados estatísticos irrelevantes e de certo ponto cansativos, mas não devemos tirar sua importância, pois os estudos que por trás dela foram realizados devem sempre servir como base de apoio para um bom desempenho no ensino para crianças do ensino fundamental, ainda mais por temos tão poucos estudos seguindo essa linha de pesquisa.


Comparativo dos textos

Ao analisar os textos, nota-se que o principal assunto entre eles abordado é a questão da aprendizagem do homem em relação ao espaço, de estudos de como ele desenvolve essa compreensão ao longo de sua vida. Na visão de Fremont, o desenvolvimento do espaço vivido, são divididos em três fases, a criança, o adulto e o velho, dando uma explicação de como se forma essa relação nessas diferentes fases da vida do homem.

Já no texto da Lívia de Oliveira, o desenvolvimento tem como base de estudos as pesquisas de Jean Piaget, Jahoda e Stoltman, que discutem a noção de pátria na criança, além de a noção do que seria país e o que seria o território para elas. Nessa pesquisa, os estágios se desenvolvem em crianças, como citado acima, mostrando que passam por fases para atingir essa construção, com base na noção de descentração territorial, que é o principal tema a ser aboradado nessa pesquisa.

Os dois textos citam também o território, mas de maneiras diferentes, para Fremont, existe um excesso de território e falta o conceito de região. Para Lívia e os outros autores que englobam a sua pesquisa, o território é discutido com base no entendimento espacial da criança.

Os dois textos contribuem muito para a geografia, pois abordam um tema que deveria ser frequentemente discutido auxulianddo na compreensão do professor a desenvolver atividades coerentes para um bom entendimento e desenvolvimento da criança para que nessa fase (período) ela não passe por dificuldades de compreensão e saiba analisar e relacionar qualquer tipo de mapa, saiba também, distinguir e entender qualquer tipo de território. Claro que não é somente isso, é tudo muito complexo e importante, mas o importante é que a questão da construção da noção de descentração territorial é imprecindivel para qualquer pessoa, e um bom educador tem que estar ciente desta questão para poder fazer com que seus alunos evoluam principalmente na área da geografia, portanto, vamos a luta!!!

Caroline






terça-feira, 26 de agosto de 2008

Billy Eliot - Ética e Moral

" Todo mundo já ouviu falar no 'jeitinho brasileiro': poder, não pode, mas sempre se dá um jeito... Certos 'jeitinhos' parecem inocentes ou engraçados, e às vezes até são vistos como sinal de vivacidade e esperteza, por exemplo, quando se fura a fila do ônibus ou do cinema. Ou, então, para pegar o filho na escola, que mal há em parar em fila dupla? Outros 'jeitinhos' não aparecem tão às claras, mas nem por isso são menos tolerados: concorrências públicas com 'cartas marcadas', notas fiscais com valor declarado acima do preço para o comprador levar sua comissão ou compras sem emissão de nota fiscal para sonegar impostos".
(Trecho tirado do livro: ARANHA, Mª Lucia Arruda e MARTINS, Mª Helena Pires. Temas de Filosofia.)
Antes de discutir o tema que foi citado no título acima (Ética e Moral) terei que mencionar um fato que é muito importante para o desenvolvimento desse texto. Algo que se torna cada vez mais irrelevante no mundo no que vivemos, o Valor, o que ele é, o que representa?
As pessoas agridem padrões de comportamento no seu dia-a-dia e agem como se isso fosse normal. Quem não gosta de levar vantagens sobre tudo? Se acha normal essas irregularidades e favorecimentos.
Observando os exemplos da epígrafe, o " jeitinho" surge como forma autoritária e individualista, que considera as normas da vivência em coletividade. Certas ações, tornam-se objeto de valores quando as classificamos como justas ou injustas, certas ou erradas, boas ou más, é a partir daí que surge a idéia do que é o Valor.
Formulamos juízos de realidade, mas são inacreditáveis os juízos de valor. Fazemos valores estéticos, de utilidades, moral, religioso. Há, portanto, o mundo das coisas e o mundo dos valores, ele é sempre uma relação entre a pessoa que valoriza e o objeto valorizado. Ele é uma experiência humana que se encontra no centro de toda vida. Dentre os mais diversos valores existentes escolhemos analisar os valores morais.
" A moral é o conjunto de regras de condutas assumidas pelos indivíduos de um grupo social com a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal" (Temas da Filosofia). Interagindo com o filme "Billy Eliot", é possível notar que a moral no filme é relacionada á família de Billy, que vive em uma sociedade proletariada, marcada por dificuldades financeiras. Sociedade essa que acredita somente nos seus próprios valores, como por exemplo a questão do boxe para meninos e o ballet para as meninas, não existe uma possível troca de ações.
" Ética, ou filosofia moral, já é mais abstrata, constituindo a parte da Filosofia que se ocupa das reflexão sobre as noções e princípios que fundamental a vida moral" (Temas da Filosofia). No filme, fica explícito que a ética é o que Billy acredita, ele só se sente feliz quando faz o que quer (dançar), acredita nas suas próprias convicções, mas sem prejudicar ninguém para conquistar o seu objetivo.
Se cada um pudesse fazer o que bem entende, não haveria moral propriamente dita. O sujeito moral intui os valores como fruto das relações com os outros. Não é o sujeito solitário, que se torna moral, pois é a vida moral que se funda na solidariedade, é pela descoberta e reconhecimento do outro que cada ser humano descobre a si mesmo. Ao responder a pergunta: " Como eu devo viver?", o sujeito moral dá uma resposta com a dimensão da validade universal, porque o sujeito moral não é individual, egoísta, mas sim capaz de reconhecer o outro como um outro-eu, que é tão importante quanto eu sou. Mas as pessoas se esquecem, ou até mesmo, não percebem alguns valores, certos valores que são fundamentais: nas grandes cidades, como São Paulo, o individuo exagerado, torna as pessoas menos generosas e mais desconfiadas. Da mesma forma, como existem sociedades mais morais e outras mais cínicas, dependendo da maneira pela qual facilitam ou dificultam o desenvolvimento da consciência ética dos sujeitos.
No filme, a sociedade em que Billy Eliot pertence, é uma sociedade que dita "a moral e os bons costumes", mas na realidade ela é cínica, pois as pessoas que nela pertencem vivem com máscaras embutidas, não assumindo quem realmente são, Billy, é a diferença entre eles, pois afinal só somos felizes se conseguimos fazer o que nos faz bem.
Quando falo em sociedade cínica, posso citar o amigo de Billy, que às escondidas gosta de vestir as roupas da irmã e se maquear, ou a sua professora de ballet, que é frustrada por não ter crescido profissionalmente como bailarina, ou seu pai, que se demonstra autoritário e rude, mas que no fundo é um "poço" de sentimentos. Estas são pessoas que não são felizes.
Existe uma passagem no livro "O Mundo de Sofia" de Jostein Gaarder, que diz: "Sócrates achava impossível alguém ser feliz se agisse contra suas próprias convicções. E aquele que sabe como se tornar uma pessoa feliz certamente tentará fazê-lo. Por isso é que faz a coisa certa aquele que sabe o que é certo. Pois ninguém deseja ser infeliz, não é mesmo?"
Para Kant, o céu estrelado estava sobre nós e a lei moral dentro de nós.
O Eternamente verdadeiro
Eternamente bom
E eternamente belo.
Caroline

Mapa

Um detalhe muito importante para que se possa compreender o que é um mapa e entende-lo, é antes de tudo saber o que é paisagem e espaço, e outras informações que o abrangem, como por exemplo: definições de símbolos, signo e escala.



Paisagem

"... é numa determinada porção de espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que reagindo dialeticamente, uns sobre os outros, fazendo da paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução" (Bertrand 1972). Esta é a definição clássica de paisagem.

Temos também uma outra visão sobre o que é paisagem: "... paisagem é uma das instâncias que está contida dentro do objeto da Geografia que é o espaço geográfico. Assim, temos, paralelamente, de um lado, um conjunto de objetos geográficos distribuídos sobre um território e a maneira como esses objetos se dão aos nossos olhos, na sua continuidade visível", na visão de Milton Santos.



Símbolo

É algo que indica, representa, exprime alguma coisa que é de natureza diferente dela. O símbolo verbal ou a palavra me reenvia a coisas que não são palavras: coisas materiais, idéias, pessoas, valores, etc. Explicar sobre o que é símbolo para que assim fique mais fácil seu entendimento, é demonstrar a semelhança a bandeira que simboliza a nação, a moeda que representa o valor.



Signo

É um tipo de símbolo de significado evidente e universal. São de dois tipos: Natural, que resultam das leis da natureza ( fumaça, significa fogo) e o convencional, criado pelo ser humano (linguagem).



Escala

"É a relação matemática entre as dimensões verdadeiras de um objeto e sua representação proporcional a um valor estabelecido" (Bochicchio, 1993). As escalas utilizadas nas cartas são de dois tipos: numérica, tem a forma de uma fração e a gráfica, representada sobre uma linha graduada as distâncias lineares do terreno representado.

A escala de 1:1 é a natural, original. Se representarmos 1: 10.000, o real foi diminuído 10.000 vezes. Assim podemos dizer que quanto menor for a quantidade de vezes que o real for diminuído, maior será a escala. 1: 1.000 (permite mais detalhes) é uma escala maior do que 1:10.000.



Agora sim, podemos falar de mapas...

" Um mapa é uma representação geométrica plana, simplificada e convencional, do todo ou de parte da superfície terrestre, numa relação de similitude conveniente denominada escala.

Um mapa é a representação, sobre uma superfície plana, folha de papel ou monitor de vídeo, da superfície terrestre, que é uma superfície curva.

Um mapa dá uma imagem incompleta do terreno. Ele nuca é uma reprodução tão fiel quanto pode sê-lo, por exemplo, uma fotografia aérea. Mesmo o mais detalhado dos mapas é uma simplificação da realidade. Ele é uma construção seletiva e representativa que implica o uso de símbolos e de sinais apropriados." JOLY, Fernand. A Cartografia. Campinas, Papirus, 1990.



Textos utilizados como base do caderno de estudos de Fernanda Padovesi Fonseca, doutora formada pela USP e ex-professora de Cartografia do UNIFIEO.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Cartografia para todos!!!

Nós que somos da área de Geografia sabemos o que todos pensam sobre a disciplina em si, sempre acham que devemos saber, a capital de todos os países, em qual lugares eles estão posicionados e o pior de tudo... que Cartografia é apenas para ver mapas e somente isso!!! Sabemos que não é bem por ai, não é verdade? Então irei resumir um pouco para as pessoas que não são da área e que estejam interessadas em saber, nem que resumidamente, sobre essa matéria que é tão importante, não só para a Geografia, mas também para outras áreas envolvidas.

O que é Cartografia?

" O estudo da Cartografia, é o ramo da ciência que trata da elaboração de mapas, é importante porque proporciona subsídios para a análise e interpretação de mapas, tabelas e outros recursos gráficos utilizados não só pela Geografia, mas também por outras ciências."
(COIMBRA, Pedro e TIBURCIO, José Arnaldo M.; Geografia: Uma análise do espaço geográfico; São Paulo: Ed. Harbra Ltda., 1992)
" A Cartografia é a ciência (arte e técnica) que se ocupa em representar a Terra (e outros planetas) através de mapas ou cartas que expressam, em escalas reduzidas e com soluções gráficas específicas, todos os fenômenos físicos, humanos e econômicos localizados no espaço geográfico."
(BOCHICCHIO, Vincenzo Raffaele, Atlas Atual: Geografia, S. Paulo, Atual, 1993)
Ela compreende " o conjunto dos estudos e das operações científicas, artísticas e técnicas que intervêm a partir dos resultados de observações diretas ou da exploração e do estabelecimento de mapas, planos e outros modos de expressão, assim como de sua utilização" engloba, portanto, todas as atividades que vão do levantamento do campo ou de pesquisa bibliográfica até a impressão definitiva e à publicação do mapa elaborado. Dizemos que a Cartografia é ciência, arte e técnica, pois ela engloba esses três elementos como função, enfim, tem familiaridade com os modernos sistemas de procedimentos de criação e de divulgação de mapas, desde o sensoriamento remoto até a cartografia computadorizada, passando pelo desenho manual e pela impressão.
(Associação Cartográfica Internacional, Comissão para a Formação de Cartógrafos; Reunião na UNESCO, Paris, Abril de 1966)

Por enquanto, posso dizer que esse é o mínimo sobre o que significa a Cartografia em si, pois são vários os conteúdos que precisam ser explicados para entendê-la em seu contexto pleno. Deixo bem claro que irei continuar abordando esse assunto nos próximos textos e como sequência desse, falarei sobre o Mapa, o que ele significa e como é utilizado.
(Parte do conteúdo foi utilizado do material do 1º semestre de Geografia (aula 1 e 2) do UNIFIEO, elaborado por Fernanda Padovesi Fonseca, que é Doutora em Geografia Física, formada pela USP e professora de Cartografia I e II do UNIFIEO).
Curiosidade: No curso de Cartografia I no UNIFIEO, as aulas são no laboratório da disciplina citada e com a orientação de dois professores, uma é a professora Fernanda e o outro é o professor João Carlos Christophe da Silva, mestre em Geologia.
Caroline

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Olá amigos!!!

Em primeiro momento, gostaria de estar justificando a criação do meu blog.
Nele estarei disponibilizando conteúdos por mim desenvolvidos ou por colegas e professores que autorizarem a exposição de seus artigos e trabalhos. De certa maneira divulgando o nosso trabalho e podendo mostrar que a Geografia é, resumidamente, uma ciência complexa e dinâmica, de grande interesse para todos nós!!!
Até a próxima...

Caroline Araújo